Quando o assunto é dividir os lucros, que não são poucos, os bancos só são mão aberta para os executivos. As cinco maiores organizações financeiras do país distribuíram, em 2013, aos acionistas valores maiores do que os 25% obrigatórios, de acordo com levantamento da Austin Ratings.
Santander e Caixa pagaram aos sócios dividendos e juros sobre o capital de 68,5% e 60,9%, respectivamente. Banco do Brasil e Itaú empataram, com 37,2%. Não muito distante aparece o Bradesco (34%).
Do outro lado da corda, no entanto, estão os bancários, que dão duro nas agências para garantir a lucratividade das empresas. A distribuição do lucro líquido como PLR (Participação nos Lucros e Resultados), por exemplo, não passa dos 17%.
No ano passado, a Caixa pagou 16,95% do ganho com PLR. No BB, o índice chegou a 9,25% (a parcela variável do módulo bônus não está inclusa no cálculo. Não é possível precisar, uma vez que é vinculada a metas). O Santander destinou apenas 7,20% do lucro para a PLR. Bradesco e Itaú fizeram ainda menos, 7,20% e 6,59%, respectivamente.
Levado em consideração o que foi pago como PLR aos funcionários em 2013 e o destinado aos acionistas, as quantias foram 61,3 pontos percentuais maiores no Santander; 43,95 p.p. acima na Caixa; 30,61 p.p. no Itaú; no BB foram 27,96 p.p. a mais; e no Bradesco: 26,8 p.p.
Desigualdade
Com o passar do tempo, os ganhos aumentaram e desigualdade também. Entre 1999 e 2005, em média, os acionistas abocanhavam 25,9% da DVA (Distribuição do Valor Adicionado), os impostos consumiam 24%, e 50,1% eram destinados aos empregados. Já entre 2006 e 2012, enquanto o governo continua na casa dos 23%, a parcela dos acionistas subiu para quase 40% e a dos bancários desceu para 37%.
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