PLANTÃO / CAREF BB

TEMER, DESNECESSÁRIO É VOCÊ!

17/10/2016 às 15:49
Juliana Publio Donato - Representante no Caref BB

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 Em entrevista à imprensa, Temer fala sobre corte de gastos e cita o Banco do Brasil como um suposto exemplo de setor que teria um “número infindável” de contratações, e reafirma a política de corte de funcionários do BB para acabar com “funções absolutamente desnecessárias”. Temer desconhece a realidade dos funcionários do BB. Vamos aos números.

Em 2005, o Banco do Brasil tinha 83.751 funcionários e teve um lucro de R$ 4,154 bilhões de reais. Em 2015, o BB tinha 109.191 funcionários que produziram um lucro de R$ 14, 4 bilhões. Isso significa que, em 2005, cada funcionário gerava em média para o BB um lucro de R$49.599,40. 10 anos depois, cada funcionário gerou um lucro de R$ 131.879.

É verdade que o lucro no primeiro semestre de 2016 caiu em relação a 2015, mas atingiu 4,8 bilhões que é maior que o lucro anual de 2005. A queda, portanto, não se deve aos funcionários. No primeiro semestre de 2016, não houve a entrada extraordinária de R$ 3,212 bilhões referente às vendas de ações da Cielo. Outro fator que impactou o balanço foi o aumento na inadimplência que se deve, centralmente, às decisões políticas do governo passado que emprestou bilhões para OAS, Sete Brasil e OI. Infelizmente, esse resultado bilionário não tem significado um aumento nas verbas para saúde e para educação. Ao contrário, esses bilhões voltam ao sistema financeiro como pagamento da dívida pública.

Diferente do que afirma Temer, não existe um número enorme de funções inúteis no BB. Na verdade, existe falta de funcionários, o que transforma a vida dos bancários em um inferno, multiplicando o índice de doenças ligadas ao trabalho. E não só dos bancários, mas de toda população que precisa desse serviço. A falta de funcionários dificulta o atendimento à população que é, praticamente, impedida de entrar na agência e “orientada” a procurar os correspondentes bancários.

A implementação de forma apressada do atendimento digital pode significar centenas de funcionários sem emprego, bancários que terão que mudar de cidade ou sair do banco. Infelizmente, o acordo de dois anos aprovado com apoio da CONTRAF facilita esse processo.

Nós, funcionários, precisamos dar uma resposta à altura da cara de pau do Temer. Precisamos nos mobilizar contra as reestruturações que o banco vai promover no próximo período e derrotar, nas ruas, os ataques gerais que o governo implementa contra os trabalhadores, a exemplo da PEC 241 e da Reforma da Previdência.

Se Temer quer tanto cortar gastos, por que não começa pelo seu próprio salário? Por que também não corta os salários altíssimos dos deputados e senadores que são pagos pelo povo brasileiro, mas aprovam leis que punem os trabalhadores pela crise econômica do país?

Nós, trabalhadores e trabalhadoras do BB, exigimos respeito, senhor presidente! Damos o nosso melhor todos os dias e, em troca, recebemos péssimos salários. Não é possível que, além disso, ainda sejamos obrigados a ouvir bobagens de um presidente que nem eleito foi e não faz a menor ideia do que passamos todos os dias. Temer gosta de ver os bancos dando lucro, porque é amigo dos banqueiros, até tem um homem dos bancos como ministro, mas não entende nada de bancos públicos, nem de bancários.