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PLANTÃO / CAREF BB

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Oi pede recuperação judicial e quem sai perdendo é o trabalhador

24/06/2016 às 15:32
Juliana Donato, representante da Caref BB
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65 bilhões de reais. Este é o maior pedido de recuperação judicial na história da América Latina, protocolado nesta segunda-feira (20) pela Oi, uma das gigantes da área de telefonia no país. Deste valor total, cerca de 12 bilhões são empréstimos realizados com o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa Econômica Federal. Somente os realizados pelo BB somam aproximadamente 4,5 bilhões.

Vale lembrar que a Oi é, estruturalmente, a maior prestadora do serviço de telefonia no país, com cerca de 70 milhões de clientes, e também a que ocupa posições altas no ranking de reclamações nos últimos anos, segundo o Procon. Isso revela a falsa ideia que se tenta propagar dos benefícios da privatização. É por meio desse processo que, além de demandarem aportes do Estado para expansão dos negócios, até que o sistema se torne insustentável, empresas de telefonia, como a Oi, também operam com valores muito mais elevados do que em outros países do mundo.

Por isso, a recuperação judicial revela como se dá o funcionamento das grandes empresas, que são sólidas até o momento em que viram pó. O projeto inicial previa que a Oi fosse a “Tele” gigante do Brasil, após a privatização do sistema Telebrás. Na verdade, o caso só demonstra problemas semelhantes encontrados em outras grandes empresas, que estão em recuperação judicial ou podem entrar no próximo período. A maior parte delas, no Brasil e no mundo, tem dívidas impagáveis, sobrevivem porque têm crédito e o sistema financeiro continua rolando esses débitos ou as financiando por meio da compra de títulos.

O problema é que, em momentos de crise, o mercado percebe que essas empresas estão em dificuldade, aumenta as taxas de juros em um primeiro momento, e depois recusa a dar prosseguimento aos empréstimos e investimentos. Como resultado, tais instituições entram em colapso financeiro rapidamente. Quando isso acontece, geralmente o governo é chamado a realizar uma operação de socorro, como foi o caso da GM, nos Estados Unidos. Como consequência final, o prejuízo da operação é socializado com a sociedade.

No Brasil a situação é ainda mais escandalosa, porque o Estado, por meio dos bancos controlados pelo governo (BNDES, BB e CEF) e os fundos de pensão financiam o processo de formação e ampliação dessas grandes empresas. Quando elas não conseguem mais cumprir suas obrigações, os trabalhadores são prejudicados em todos os sentidos. A começar por perderem seus empregos. São afetados também os participantes dos fundos de pensão, pois terão que cobrir o rombo aberto nos fundos. Os bancos públicos saem fragilizados com o não pagamento de seus empréstimos e passam a conta para os seus funcionários e para a sociedade. Por fim, o Poder Público é acionado para o processo de megaoperações, com o fim de salvar esse setor privado.

Por isso, diferente dos demais membros do Conselho de Administração do BB, defendemos que o banco não financie essas grandes empresas. O papel dessas instituições é o de financiar os trabalhadores, os pequenos produtores agrícolas, as pequenas empresas e as estatais.

Não consideramos como conduta estratégica dos bancos públicos o financiamento dessas grandes empresas do país. A recuperação judicial da Sete Brasil, da OAS, da Queiroz Galvão e agora da OI mostra como estamos com a razão. O lucro segue sendo apropriado individualmente, o prejuízo é socializado com o conjunto dos trabalhadores, os impactos serão nocivos para todos e atingirá, mais especificamente, nós, bancários.

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