Nossa responsabilidade, enquanto funcionários do Banco do Brasil é questionarmos qual foi o papel da Previ na tragédia de Mariana e cobrar seu posicionamento a partir de agora.
A Previ tem grande participação acionaria e influência na direção da Vale. A Samarco, responsável pelo desastre em Minas, tem 50% do seu capital controlado pela Vale.
A Valepar detém 52,5% das ações com direito a voto na Vale. O capital da VALEPAR, por sua vez, é dividido da seguinte forma:- 58,1% pelos fundos de pensão (no qual a Previ é a que tem maior participação ), 17,1% do BRASDESPAR (empresa criada pelo Bradesco),15% do Mitsui (empresa com sede nos EUA que atua em varias mineradoras do mundo) e 10% do governo, através do BNDESPAR.
Como se pode verificar, o governo federal mantém alguma influência na Vale, seja através do BNDES ou Banco do Brasil (que indica o presidente da Previ). Mesmo assim, não fez nada para mudar os rumos da Vale. A Vale continuou a procura do lucro a qualquer custo. Foram desrespeitados direitos dos trabalhadores, não se preocupou em obedecer protocolos ambientais, conseguiu dinheiro barato com o governo e ganhou muito dinheiro com o aumento dos preços das commodities no mundo.
O resultado desta política estamos vendo nos jornais, o maior desastre ambiental da história do Brasil, com dezenas de mortos.
Eu opino que foi um grave erro a Previ (e os demais fundos de pensão) terem sido utilizados para viabilizar o projeto de privatização durante os anos 90, inclusive a da Vale. Defendo a reestatização da Vale pois, enquanto for privada, a lógica do lucro estará acima da preservação da vida. Enquanto isso não acontece, se deve tomar outras medidas. Segundo o Ministério Público, 200 barragens em Minas precisam reforço na segurança.
Os conselheiros da Previ no Conselho de Administração da Vale precisam exigir a suspensão das operações em todos os locais que exista possibilidade de novos desastres. A suspensão, por sua vez, não pode acarretar mais demissões de trabalhadores. A Vale e o BHP tem assumir todos os custos da tragédia.
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
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