Parece que burlar a lei ou dar “o famoso jeitinho” para fugir dos compromissos é uma especialidade dos bancos. Sob suspeita de negociar ou pagar propina para apagar débitos com a Receita Federal no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), algumas organizações financeiras figuram na lista da Operação Zelotes da Polícia Federal.
Bradesco, Santander, Safra e Bank Boston estão entre os espertinhos que querem passar a perna na Receita. A relação ainda inclui as montadoras Ford e Mitsubishi, BR Foods, Petrobras, Camargo Corrêa e a Light, distribuidora de energia do Rio.
A realidade é que a cobrança só chega para os pequenos devedores. Os gigantes têm passe livre no Carf. Pelo menos é o que afirmou um ex-conselheiro do órgão, em conversa interceptada com autorização da Justiça, de acordo com relato dos investigadores.
Segundo as denúncias, para fazer com que a dívida sumisse, as empresas pagavam suborno a integrantes do Carf. O objetivo era facilitar o trâmite, ou seja, para que produzissem pareceres favoráveis aos contribuintes nos julgamentos de recursos dos débitos fiscais ou outras providências, como pedir vistas de processos.
Valores
O Safra tem dívidas em discussão de R$ 767 milhões. Os débitos do Bradesco e da Bradesco Seguros somam R$ 2,7 bilhões; Santander (R$ 3,3 bilhões) e do Bank Boston (R$ 106 milhões). A pergunta que não quer calar é se algum banqueiro, comprovada a fraude, será devidamente punido.
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
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